Estrada Real oferece férias cheias de histórias e sabores

rota que vai de Belo Horizonte a Brumadinho, passando pelas cidades históricas de Minas Gerais, encanta por suas construções barrocas e pela tradicional comida típica da região. Mas ainda há mais: paisagens cheias de verde, artesanato com personalidade e a famosa hospitalidade mineira completam a lista de atributos desse roteiro.
A escolha do período da viagem vai depender de quanto o turista quer desembolsar. Nos períodos de férias escolares e em feriados religiosos, sobretudo na Páscoa, quando há belas celebrações nas cidades do roteiro, os preços costumam subir muito. Quem planeja a viagem para o Carnaval deve saber que as cidades históricas de Minas também são conhecidas pela animada festa de rua. Por isso, os hotéis são concorridos nessa época. Fora desses períodos os preços costumam ser camaradas.


O ponto de partida desse tour, ideal para quem gosta de arte, arquitetura e história, é Belo Horizonte, uma metrópole com acento caipira. Comece o passeio pela região da Lagoa da Pampulha, uma das áreas mais belas da capital mineira.
Às suas margens está o Parque Ecológico Promotor Francisco Lins do Rego (Avenida Otacílio Negrão de Lima, 6.061, tel: (31) 3277-7439. Aberto somente às sextas, sábados, domingos e feriados. Entrada gratuita). Na mesma área ainda estão outros cartões-postais de BH assinados por Oscar Niemeyer, autor de todo o projeto da região que recebeu o nome de Conjunto Arquitetônico da Pampulha.

Por isso, não deixe de visitar o Museu de Arte da Pampulha (Av. Otacílio Negrão de Lima, 16.585, tel: (31) 3277-7946, fecha às segundas. Entrada gratuita), que abriga um acervo de 900 obras e tem jardins projetados por Burle Marx, e a Igreja de São Francisco de Assis (Av. Otacílio Negrão de Lima, 3.000, tel: (31) 3427-1644, fecha às segundas-feiras. Entrada R$ 2 por pessoa), conhecida por suas curvas e cores.

Também não deixe de passar na Praça Israel Pinheiro (Av. Agulhas Negras, s/n º, Mangabeiras), mais conhecida como Praça do Papa por ter recebido uma missa campal celebrada pelo papa João Paulo II, em 1980. De lá é possível avistar toda a cidade.
Para provar alguns dos sabores de Minas, uma alternativa interessante é fazer o Cachaçatur, iniciativa da Secretaria de Turismo local para promover os produtos regionais. Para escolher em quais lojas e bares você irá provar uma branquinha, basta acessar o site do projeto.
O clima gastronômico continua no Mercado Central (Avenida Augusto de Lima, 744, tel: (31) 3274-9434), perfeito para quem quer abastecer as malas. Se a ideia é petiscar, ali também é o lugar: encontre uma cadeira em um dos 14 botecos do espaço e prove um bom queijo mineiro.

Rumo às cidades históricas
Prefeitura de Sabara
O casario histórico no centro de Sabará inspira artistas de todo tipo
A viagem segue pelo interior de Minas, mais especificamente, por Sabará, já parte da famosa Estrada Real, caminho aberto pela Coroa Portuguesa para levar o ouro de Minas até o Rio de Janeiro. O passeio por lá começa na Capela Nossa Senhora do Ó (Lg. N. S. do Ó, saída p/ Caeté, km 3, Siderúrgica, tel: (31) 3671-1724. Entrada a R$ 2 por pessoa), considerada uma das representações mais ricas do barroco em Minas.
A cidade conserva casario histórico e também é cheia de tradições. Uma delas é a delicada renda turca de bicos, patrimônio cultural imaterial do município, feita à mão pelas artesãs da região. Um dos locais onde é possível encontrar trabalhos dos artistas de lá é o Cooperartes (Rua Mestre Arcanjo, 129, Centro Histórico, ao lado da Igreja do Rosário, tel: (31) 3671-4694). Os jogos de toalha de banho com detalhes em renda custam a partir de R$ 96. Nos restaurantes, procure os pratos feitos com ora-pro-nobis, uma planta rica em ferro muito usada por lá (até mesmo nos doces).
A próxima parada é mais uma joia da estrada real. Além de ter belos exemplares do barroco por suas ruas, Santa Bárbara é a cidade mais próxima do Santuário do Caraça (tel: (31) 3837-1939, patrimônio natural e histórico). No espaço, a 26 km da cidade, estão trilhas, cachoeiras e construções que abrigaram uma escola e um seminário no século 18. Para chegar até lá é preciso pegar a estrada sentido Barão de Cocais e seguir as indicações para o santuário. O turista também pode se hospedar por lá. As diárias começam em R$ 60 por pessoa e incluem pensão completa.

Ao voltar para a área urbana da cidade, não deixe de passear pelo centro histórico, onde está a Igreja Matriz de Santo Antônio (Pça. Cleves de Faria, 48, tel. (31) 3832-1264. Visita gratuita, todos os dias, das 13h às 17h), cheia de entalhes cobertos de ouro.
O giro por tesouros arquitetônicos continua em Mariana, próxima parada do roteiro. Ali, o melhor programa é caminhar pela Rua Direita, repleta de construções coloniais que serviram de residência para autoridades da época.
Uma boa opção de passeio é um tour por uma antiga mina da região. A Mina de Ouro da Passagem (R. Eugênio Eduardo Rapallo, 192, Passagem de Mariana, tel. (31) 3557-5000; Ingresso a R$ 26), desativada desde 1985, pode ser explorada em uma vagoneta que corre sobre os trilhos. Por seus túneis é possível observar grandes galerias e um lago.

Beleza confirmada pela Unesco
Acervo Setur
A igreja de São Francisco de Assis destaca-se na paisagem de Ouro Preto
Depois do passeio subterrâneo, é hora de ir para uma das cidades mais famosas da rota. Ouro Preto, que no passado chegou a ser capital de Minas Gerais, exibe um conjunto arquitetônico declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
O ponto alto do passeio pelas ladeiras é a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar (Pça. Mons. Castilho Barbosa, travessa Lauro Barbosa, 16, centro histórico, tel: (31) 3551-4735, entrada a R$ 8), que guarda 400 kg de ouro e possui seis altares laterais. No subsolo ainda pode-se visitar o Museu de Arte Sacra.
Outra parada obrigatória é a Igreja de São Francisco de Assis (Lg. de Coimbra, s /n., centro histórico, tel: (31) 3551-4661, entrada a R$ 8), projetada por Aleijadinho e considerada a principal obra da arquitetura colonial mineira.
Atente para o forro no alto da construção, que levou mais de dez anos para ser pintado. O espaço também abriga o Museu Aleijadinho, com peças de arte sacra produzidas por vários artistas da região.

As belezas de Ouro Preto preparam para as atrações da próxima cidade do tour. Em Congonhas você irá encontrar o Conjunto Basílica do Senhor do Bom Jesus de Matosinhos (Pça. da Basílica, 180, tel: (31) 3731-1590, entrada gratuita), composto por estátuas dos 12 profetas em pedra-sabão e seis capelas que ilustram os passos da Paixão de Cristo. O restante da cidade, no entanto, é pouco preservado.
Acervo Setur
A Maria-Fumaça liga Tiradentes e São João Del Rei
A sequência de arte sacra continua na pequena Tiradentes. Ali, a Igreja Matriz de Santo Antônio (Rua da Câmara com a Rua Padre Toledo, centro, tel. (32) 3355-1238, visita a R$ 5) está entre os destaques. Construída voltada para a Serra de São José, ostenta lustres de prata e altar rico em ouro. A visita pode ficar mais interessante se o viajante optar por fazer o noturno Roteiro Narrado, que conta a história da igreja com jogos de luz e um texto de 16 minutos, gravado pelo ator Paulo Goulart (de sexta-feira a domingo, às 20h, por R$ 15).
Durante o dia, vale a pena investir no passeio de trem até São João del Rei (Av. Ermílio Alves, 366, Centro, tel: (32) 3371-8485), que parte da estação da cidade e percorre 12 km em 40 minutos. As saídas ocorrem de sexta a domingo às 13h e 17h, mas são ampliadas nos meses de férias. O roteiro completo (ida e volta) custa de R$ 50. Apenas um trecho sai por R$ 40. Recomenda-se comprar o bilhete com um dia de antecedência.
Quem não resistir aos encantos de São João del Rei pode ficar por lá mesmo. E se quiser dar um tempo no roteiro histórico, uma boa pedida é ir até a Gruta Casa de Pedra (acesso pelo km 250 da BR-265 p/ São João del Rei, 7 km, perto do trevo de Tiradentes. Tel: (32) 8813-9894. Visita guiada por R$ 10). O passeio por lá leva meia hora e revela formações calcárias e salões. Mas não deixe de bater perna pelas imediações da rua Getúlio Vargas, repleta de casarões.
Acervo Setur
Em Brumadinho, o Instituto Inhotim reserva o melhor da arte contemporânea
A viagem se encerra em Brumadinho, cidade que abriga o impressionante Instituto Inhotim (Rua B, 20, Inhotim, Brumadinho, tel: (31) 3254-5440; Ingresso: R$ 20. Sexta, sab. e dom.: R$ 30. Grátis às terças-feiras). Dedicado às artes, o espaço guarda 22 pavilhões com obras de artistas de mais de 30 países, tudo isso entrecortado por belos jardins planejados e lagos. Entre os nomes de destaque que têm peças ali estão Cildo Meireles, Hélio Oiticica, Adriana Varejão, Chris Burden e Matthew Barney.
Para conhecer tudo com calma recomenda-se ficar dois dias na cidade. Também é possível comprar um passe (R$ 20 por pessoa) para usar um carrinho que leva às obras mais distantes.
Quem pensa em fazer o passeio com crianças deve ir sem medo: há restaurante, lanchonete e vários dos espaços são um convite a brincadeiras.
(*) Valores apurados em agosto/2014

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